quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Os gaiatolas

Quando em 25 de Julho, Paulo Portas escreveu uma carta aos militantes do seu partido, dizendo que o nível de impostos já tinha atingido o seu limite, deu logo para perceber que se estava a meter num caminho perigoso e irresponsável, Vejamos porquê: Perante o Acórdão do Tribunal Constitucional que chumbou o corte, para 2013, de dois salários, aos pensionistas e funcionários públicos, se a decisão fosse  poupar os privados, mantendo, quando muito, o corte de um salário destes últimos, a pergunta que se colocava era: se o corte de apenas um salário chega, então porque razão se propunha o governo cortar dois? Se, pelo contrário, os privados tivessem mesmo que ser atingidos, com que cara é que  PP aparecia aos seus militantes, quando a mediada fosse anunciada? Um gaiatolas não faria  pior.

Passos Coelho, perante esta carta, ainda podia "atacar o fogo" logo no inicio, falando com Paulo Portas, no sentido de minimizarem os danos. Em vez disso, preferiu enviar-lhe um aviso através da comunicação social, dizendo que, quer se seja independente, do PSD ou do CDS, ninguém pode dizer que não vai haver aumento de impostos. Já vi meninos mimados terem atitudes menos gaiatolas que estes dois meninos queques.

O Relvas, ausente no Brasil, aproveitou par aparecer nas televisões, e com uma pose de pessoa respeitável, veio dizer que o momento não era para divergências. Uma espécie de rapazola mais velho a tentar pôr na ordem, dois imberbes rapazolas.

Quando confrontado com o aumento dos trabalhadores em 7% para a TSU, Paulo Portas, encavacado com a tal cartinha, ficou calado e refugiou-se no estrangeiro, encarregando uns gaiatolas do partido para tentar convencer os Portugueses que aquilo não era um imposto, mas antes, o aumento duma taxa, pensando que estavam a falar para uns milhões de gaiatolas com um QI inferior ao seu, a quem seria fácil enfiar o barrete.

Vítor Gaspar, que parecia o mais adulto, quando confrontado com o facto de em 2011 ter tido sérias dúvidas sobre a eficácia da redução da TSU, veio agora dizer que esta mudança de atitude se deveu ao facto de, desta vez, o estudo ter sido feito numa base empírica. Ena!!! para um teórico puro que ao analisar teoricamente, em 2011, a questão da TSU, tira uma conclusão errada, que ao fazer uma previsão teórica da evolução do desemprego se engana rotundamente e que ao prever, também teoricamente, um déficit de 4,5 para 2012, já admite ultrapassar os 6%, é caso para dizer que o ministro mais teórico até hoje em Portugal, se transformou num ministro, reconvertido ao empirismo. É como se alguém tivesse contratado um engenheiro civil para fazer cálculos de estruturas e ao fim de alguns meses descobrisse que afinal o homem só sabe assentar tijolos.

Perante a questão, sobre a forma como as grandes empresas vão empregar o dinheiro que é retirado aos trabalhadores, Vítor Gaspar limitou-se a fazer um apelo para que as empresas usassem esse dinheiro para baixarem o preço dos bens e serviços prestados aos consumidores. Acreditar no Pai Natal é próprio dum garoto, acreditar nisto é próprio dum gaiatolas.

Ainda voltando ao empirismo, por definição, toda a gente sabe que o mesmo se baseia na observação e experimentação da realidade. Pergunto; onde é que uma medida destas já foi colocada em prática? E com que resultados? Se Vitor Gaspar quer enveredar pelo empirismo, aconselho-o a observar o tremer de raiva  dum desgraçado, que ganha o salário mínimo, ao verificar na folha do seu salário que teve que fazer um donativo, ao seu patrão, de 34  dos 431 euros que até ali ainda lhe restavam. Aproveite, e observe bem o desencanto de alguém, da mesma condição, que ordeiramente já tinha acordado contribuir com três dias de férias e quatros feriados, mesmo que tenha visto, ano após ano, o seu salário a ser reduzido por via da inflação.

E desta vez, Sr. Ministro, não se trata da cantilena da esquerda radical, desta vez trata-se da posição unânime dum povo, constituído por 10 milhões de pessoas, contra a aventura experimentalista, levada a cabo por meia dúzia de gaiatolas.

1 comentário:

  1. Estes rapazolas, são uma cambada de incompetentes e os padrinhos que os ajudaram, desde Catroga a Angelo Correia,passando pelo sôr Borges e Dias Loureiro, enfim algumas das pessoas ligadas ao BPN, merecem o desprezo de todos os portugueses.

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