terça-feira, 11 de setembro de 2012

Passos O Corajoso


Passos já tinha dado sinais de ser dotado dum espírito de grande coragem, de alguém que não se atemoriza perante as dificuldades, enfim, um líder à altura dos acontecimentos. Ele próprio está sempre a dizer aos Portugueses que perante medidas difíceis, não manda recados por ninguém. Ele mesmo virá a terreiro anunciá-las.

Já em Junho de 2011, quando o nosso Primeiro anunciou ao País o corte de 50% do subsídio de Natal , deu para ver, através da sua pose, da sua calma e também da sua expressão facial que tinha-mos o homem certo para o lugar certo.

Para aqueles, menos atentos, que pensaram que essa medida tinha apenas como objectivo marcar uma posição de força, escondendo algum receio ou tibieza, próprios daqueles que recorrem a encenaçãões para esconder as suas fraquezas, enganaram-se rotundamente. e isso ficou bem claro quando alguns meses mais tarde veio anunciar aos reformados e funcionários públicos o corte, não de metade, mas sim o de dois meses completos. Feitas as contas, podemos afirmar que, em poucos meses, a coragem do PM surgiu renovada e multiplicada por quatro.

Desta vez, ao apresentar a receita para 2013, seguramente que Passos Coelho (PC), vai ofuscar tudo o que a história tem contado acerca dos feitos gloriosos dos nossos antepassados.

Se D. Afonso Henriques assustou e afugentou os Mouros, Passos Coelho consegui pôr os Mouros de trabalho, deste País, aterrorizados e de cabelos completamente em pé.  Se a Padeira de Aljubarrota ficou famosa por matar sete homens, o que diremos deste homem que tantos seus semelhantes fará sucumbir? Se o caso do Martim Moniz fez correr tanta tinta, apenas porque um homem ficou entalado, o que dirá a história deste homem que já entalou milhões de Portugueses?

Mas não se pense que a  fama de PC se fica apenas aquém fronteiras, também outros vultos e feitos na cena internacional serão relegados para segundo plano.

Lembrem-mo-nos, por exemplo daquele episódio levado a cabo pelo Rei Leônidas de Esparta que, apenas com trezentos homens combateu com êxito um exército de milhares, ao serviço do império Persa. Tal façanha tem sido, ao longo de milénios, motivo de grandes romances, histórias, narrativas e até filmes, todos conhecidos com o título "OS TREZENTOS". Pois bem, no caso do nosso herói, as suas façanhas, não ficarão conhecidas por "OS TREZENTOS" nem por "OS DUZENTOS" nem seque por " OS CEM". Os gloriosos feitos do nosso grande PC será sempre recordada pelo título, " O UM". Sim!!! será conhecida por "O UM" porque neste caso não foram umas centenas a enfrentar alguns milhares. Não! aqui tratou-se apenas UM, (o grande PC) que conseguiu enfrentar milhões (de pequenos contribuintes), sem que para tal necessitasse de qualquer ajuda, de natureza moral ou material.

 Vejam que até Paulo Portas, seu ajudante de campo, num momento tão crítico, desertou para o estrangeiro, tendo previamente o cuidado de encarregar alguns esbirros partidários, a acalmar a fúria dos Portugueses, afirmando-lhes que desta vez, a sangria dos seus bolsos não se fazia através de qualquer imposto, mas antes por via duma taxasita que a longo prazo reverteria em proveito dos Portugueses.

Para aqueles que pensam que não há grande diferença entra a coragem deste Primeiro Ministro e outros que o antecederam, dado que também se atreveram a sugar os bolsos dos contribuintes, devo dizer-lhe que estão enganados. Desta vez é diferente. Tirar algo a quem ainda tem alguma coisa para dar, pode não ser tarefa fácil, dirigir-se a quem ganha o salário mínimo nacional cujo salário, após descontos para a Segurança Social, se queda pelos 431,65 euros, e dizer-lhe que vai ter que desembolsar mais 33,95 euros, é preciso muita coragem. Mas ter a lata, ainda por cima, de lhe dizer que esta última parcela, não se destina a combater o maldito déficit, mas que vai directamente para a carteira do patrão, nesse caso já não basta ter coragem. É preciso ser temerário.

Porém, desta vez prevejo que vamos ter centenas de milhares de vilões, provenientes dos mais recônditos cantos do País, munidos de enxadas, forquilhas e varapaus, dispostos a pelejar e a escorraçar os Piratas do Reino.


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